Os principais índices de Wall Street encerraram a sessão de segunda-feira em níveis recordes, impulsionados por ações de empresas que esperam um efeito positivo de possíveis decisões econômicas do presidente eleito republicano, Donald Trump.
As ações da Tesla (TSLA.O) subiram 9%, levando o valor de mercado da empresa a superar novamente US$ 1,1 trilhão. Investidores apostam nos laços estreitos do CEO Elon Musk com Trump, acreditando que isso trará benefícios para a empresa. Além disso, outras ações, cujos proprietários esperam também se beneficiar do retorno de Trump à Casa Branca, contribuíram para o crescimento do índice.
O S&P 500 .SPSY subiu 1,4%, ajudado pelo forte desempenho do setor financeiro, o que permitiu ao Dow atingir um recorde histórico. Bancos como Wells Fargo & Co (WFC.N) e JPMorgan (JPM.N) foram os que mais contribuíram.
O índice de pequenas empresas Russell 2000 .RUT registrou um ganho sólido de 1,5%, atingindo seu maior nível desde novembro de 2021. Os traders acreditam que as empresas menores se beneficiarão significativamente dos cortes de impostos propostos por Trump e da esperada flexibilização regulatória.
As maiores empresas de tecnologia, incluindo Microsoft (MSFT.O), Amazon (AMZN.O) e Meta Platforms (banido na Rússia), registraram quedas de cerca de 1%, desacelerando ligeiramente o ritmo geral de crescimento.
Em meio a essas mudanças, o S&P 500 já subiu quase 4% desde a eleição de Trump na terça-feira, enquanto o Nasdaq ganhou cerca de 5%, indicando uma recuperação geral do mercado de ações diante das novas perspectivas.
O Índice de Tecnologia da Informação do S&P 500 .SPLRCT caiu quase 1%, enquanto o Índice de Chips PHLX .SOX recuou 2,5%, cedendo à pressão após os ganhos rápidos da semana passada. Líderes de IA, como Nvidia (NVDA.O), também caíram ligeiramente, encerrando o dia em baixa de 1,6%.
"Vimos muito movimento no mercado nos últimos quatro dias, e agora ele está dando uma pequena pausa", disse Jake Dollarhide, CEO da Longbow Asset Management, em Tulsa, Oklahoma. "Mas a tendência positiva permanece. Se o 'rali de Trump' continuar, é possível que se transforme em um tradicional 'rali de Natal'."
Os três principais índices de Wall Street atingiram recordes históricos no fechamento das negociações. O S&P 500 subiu 0,10%, encerrando o dia em 6.001,35. O Nasdaq fechou a 19.298,76, com alta de 0,06%, e o Dow Jones Industrial Average subiu 0,69%, finalizando em 44.293,13.
O volume de negociações superou os níveis normais na segunda-feira, alcançando 15,4 bilhões de ações, bem acima da média de 20 sessões de 12,8 bilhões.
O setor de criptomoedas registrou ganhos expressivos após os resultados das eleições. As ações da Coinbase Global (COIN.O) subiram impressionantes 20%, enquanto as empresas de mineração de Bitcoin MARA Holdings (MARA.O) e Riot Platforms (RIOT.O) subiram 30% e 17%, respectivamente.
O Bitcoin quase atingiu a marca simbólica de US$ 90.000 na terça-feira, impulsionado por uma onda de otimismo após a eleição de Donald Trump. A expectativa da comunidade cripto de que o novo governo apoiará ativos digitais aumentou. Após a notícia da vitória de Trump, a maior criptomoeda do mundo alcançou US$ 89.637 na sessão asiática, registrando um crescimento de mais de 25% desde o início de novembro.
As ações da Tesla (TSLA.O), de Elon Musk, também registraram ganhos impressionantes, subindo quase 40% depois que Trump foi declarado vencedor. Os investidores estão convencidos de que as empresas ligadas à política e ao séquito do presidente prosperarão com seu apoio.
"Isso está claramente ligado a Trump, que já demonstrou uma postura favorável a essa indústria. Isso só pode aumentar a demanda tanto por ações de criptomoedas quanto pelas próprias moedas", disse Nick Tweedale, analista-chefe de mercado da ATFX Global em Sydney.
O fato de o Bitcoin estar próximo de suas máximas históricas após os resultados das eleições significa que "tem um céu claro acima", dizem especialistas. Durante sua campanha, Trump prometeu tornar os EUA a "capital mundial das criptomoedas" e até propôs criar uma reserva nacional de Bitcoin.
Ainda não se sabe o quão realistas são essas iniciativas, mas tais declarações já provocaram um aumento acentuado na demanda por ações de empresas ligadas à mineração e ao comércio de criptoativos.
"Isso abre caminho para que outros países também comecem a comprar Bitcoin para superar os EUA", disse Matthew Dibb, diretor de investimentos do fundo cripto Astronaut Capital. Sua opinião reflete as ambições de vários países que veem o Bitcoin como um ativo promissor para acumulação e fortalecimento de suas posições na arena financeira global.
As ações da mineradora Riot Platforms subiram 17% durante as negociações da noite em Wall Street, e depois ganharam ainda mais após o fechamento da bolsa. Outros grandes players de mineração de criptoativos, como MARA Holdings (MARA.O) e CleanSpark (CLSK.O), também tiveram ganhos significativos, de quase 30%. Essa ascensão demonstra a confiança crescente dos investidores de que criptoativos e sua infraestrutura de mineração estarão sob políticas favoráveis da próxima administração.
A MicroStrategy (MSTR.O), uma empresa conhecida por seus grandes investimentos em Bitcoin, anunciou a compra da criptomoeda no valor de cerca de US$ 2 bilhões entre 31 de outubro e 10 de novembro. Em meio a isso, as ações da empresa subiram 26%, continuando a se fortalecer durante as negociações noturnas. Esta decisão da MicroStrategy reforça a confiança das grandes empresas no Bitcoin como reserva estratégica.
Na onda de otimismo geral, outras criptomoedas também apresentaram crescimento notável. Entre elas estão o ether e a popular "moeda meme" dogecoin, que também se valorizaram com expectativas de uma regulação mais liberal. Os investidores esperam uma redução na pressão regulatória, especialmente se Trump substituir o atual presidente da SEC, Gary Gensler, conforme prometido em sua plataforma.
A alta do Bitcoin de hoje não se trata apenas de números. É um sinal de que o mercado está começando a vê-lo como um ativo estável e até politicamente vantajoso", disse Justin D'Anethan, chefe de desenvolvimento de negócios da Keyrock, uma empresa de desenvolvimento de mercados digitais na região Ásia-Pacífico. Seu comentário destaca uma nova visão da criptomoeda como não apenas um instrumento especulativo, mas também como uma reserva de valor e influência política na economia global.
Esses eventos e decisões estratégicas da indústria cripto estão gerando um novo nível de interesse pelo Bitcoin e seu papel potencial na geopolítica, atraindo mais participantes e investidores institucionais.
Os investidores estão aguardando ansiosamente os dados de inflação ao consumidor de quarta-feira, que, juntamente com outros indicadores econômicos-chave, poderão fornecer pistas sobre o rumo da política monetária.
O Federal Reserve reduziu as taxas de juros em 25 pontos base na semana passada. Os futuros de taxas de juros indicam que os traders estão precificando uma chance de 65% de um segundo corte na reunião de dezembro, de acordo com dados do CME FedWatch. Os investidores estão monitorando de perto o mercado para avaliar o próximo movimento do banco central.
"Com a economia dos EUA continuando a mostrar resiliência e o risco de pressão de preços se renovando, o Fed precisará agir com cautela", disse Seema Shah, estrategista-chefe global da Principal Asset Management. Esta declaração destaca o equilíbrio que o regulador deve manter entre o estímulo ao crescimento e o controle da inflação, que se mantem como foco central para investidores e formuladores de políticas.
O Índice S&P 500 está vendo os ganhadores superarem os perdedores em 1,5 para 1, destacando o sentimento positivo contínuo no mercado, apesar da incerteza econômica.
O índice S&P 500 atingiu 117 novas máximas e apenas 7 novas mínimas, enquanto o Nasdaq foi ainda mais impressionante, com 363 novas máximas e 86 novas mínimas. Esses números refletem o otimismo dos investidores e a disposição de manter a alta, mesmo diante de um Federal Reserve cauteloso.
Os investidores continuam acompanhando os dados econômicos em busca de sinais sobre as próximas ações do Federal Reserve nos próximos meses.
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