O par GBP/USD foi negociado em alta na primeira metade da segunda-feira, mas perdeu força na segunda metade do dia. Embora o dólar americano não tenha registrado grandes perdas, sua breve tentativa de fortalecimento foi interrompida quando Donald Trump voltou ao centro das atenções. Na segunda-feira, ele afirmou que Hollywood estava "morrendo" porque outros países vinham atraindo os estúdios americanos ao oferecer tarifas mais baixas.
Como isso funciona na prática? Um estúdio americano que pretende filmar um longa-metragem pode optar por locações no exterior, que são mais baratas, em vez de filmar nos Estados Unidos, onde os custos — incluindo taxas de locação — alimentam o orçamento federal. Como resultado, milhões (ou até bilhões) de dólares deixam de entrar no Tesouro dos EUA, o que, segundo Trump, é inaceitável. Ele não apenas alegou ter encontrado uma nova fonte de receita para o orçamento, mas insistiu que estava "salvando Hollywood" ao forçar os estúdios a filmar em território americano, impondo tarifas de importação de 100% sobre conteúdos produzidos no exterior.
Na essência, o problema que Trump busca "resolver" é comum a vários setores: produzir nos EUA é caro. É por isso que telefones são montados na China ou na Índia, artigos esportivos são costurados na Malásia e a maioria dos eletrônicos vem de países asiáticos. Trump entende que forçar as empresas a trazer a produção de volta ao país pode levá-las à falência — mas isso não parece preocupá-lo. Ele está desmantelando um sistema que, segundo muitos especialistas, contribuiu significativamente para a prosperidade americana.
O mercado, que não espera boas notícias das ações de Trump, continua a reduzir sua exposição a ativos dos EUA. Esse processo, no entanto, tende a ser lento, dado o peso que esses ativos ainda têm. Apesar dos primeiros meses turbulentos da administração Trump, a economia americana ainda não dá sinais claros de deterioração, mas os riscos estão crescendo — e podem se intensificar ao longo do tempo.
Nesta semana, estão programadas duas reuniões importantes de bancos centrais: o Banco da Inglaterra (BoE) e o Federal Reserve (Fed). O dólar poderá ganhar algum impulso, desde que o Fed não traga surpresas negativas, como um corte inesperado de juros — hipótese improvável, mas não totalmente descartada. Jerome Powell, que "milagrosamente escapou de ser demitido", já afirmou várias vezes que o Fed precisa de sinais econômicos mais claros antes de fazer ajustes. Ele e seus colegas também indicaram que as taxas podem tanto cair quanto subir este ano, dependendo da resposta da economia às tarifas de Trump e da duração de seus efeitos. Dado que novas tarifas ainda estão sendo propostas e não há acordos comerciais firmados com China ou União Europeia, a tendência é de mais incerteza adiante.
A posição do BoE é mais direta. A inflação no Reino Unido caiu para 2,6% — e chegou a atingir 1,7% no ano passado. Com a inflação fora do radar de preocupações imediatas, um corte na taxa de juros está em discussão. Isso representa um fator de baixa para a libra, mas somente se o mercado decidir reagir. A semana passada mostrou que os investidores podem simplesmente ignorar certos dados, dependendo do contexto.
Nos últimos cinco dias de negociação, a volatilidade média do par GBP/USD está em 81 pips, o que é considerado "médio" para este par. Na terça-feira, 6 de maio, esperamos que o par se mova dentro de uma faixa delimitada por 1,3192 e 1,3354. O canal de regressão de longo prazo aponta para cima, indicando uma clara tendência de alta. O indicador CCI formou uma divergência de baixa, o que desencadeou a queda atual.
S1 – 1.3184
S2 – 1.3062
S3 – 1.2939
R1 – 1.3306
R2 – 1.3428
R3 – 1.3550
O par GBP/USD mantém uma tendência de alta, embora agora esteja operando abaixo da média móvel. Continuamos acreditando que a libra não tem fundamentos sólidos para se valorizar. O movimento não reflete uma força da moeda britânica, mas sim a fraqueza do dólar — um fenômeno que já dura cerca de dois meses e tem sido impulsionado principalmente pelas ações de Donald Trump. Por isso, novas decisões do ex-presidente podem facilmente provocar uma reversão brusca ou mesmo alimentar mais um avanço.
Para quem opera com base em análise técnica ou considerando o "fator Trump", as posições compradas ainda fazem sentido, com alvos em 1,3428 e 1,3550, desde que o preço permaneça acima da média móvel. Já as posições de venda continuam interessantes, com metas iniciais em 1,3184 e 1,3167. A recente valorização do dólar ao longo de quatro sessões consecutivas começa a gerar desconfiança no mercado — tudo indica que estamos diante de uma correção técnica.
Os canais de regressão linear ajudam a determinar a tendência atual. Se ambos os canais estiverem alinhados, isso indica uma forte tendência.
A linha de média móvel (configurações: 20,0, suavizada) define a tendência de curto prazo e orienta a direção da negociação.
Os níveis de Murray funcionam como níveis-alvo para movimentos e correções.
Os níveis de volatilidade (linhas vermelhas) representam a faixa de preço provável para o par nas próximas 24 horas com base nas leituras de volatilidade atuais.
Indicador CCI: Se entrar na região de sobrevenda (abaixo de -250) ou na região de sobrecompra (acima de +250), ele sinaliza uma iminente reversão de tendência na direção oposta.
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