Ontem, os índices acionários dos EUA fecharam em alta. O S&P 500 subiu 0,85%, enquanto o Nasdaq 100 avançou 0,72%. Já o Dow Jones Industrial Average recuou 1,36%.
Leituras de inflação relativamente moderadas, combinadas com novos sinais de enfraquecimento do emprego, impulsionaram uma disparada em Wall Street em meio à especulação de que o Federal Reserve cortará as taxas de juros pela primeira vez neste ano.
O tão aguardado índice de preços ao consumidor mostrou que, embora a inflação ainda esteja acima da meta de 2% do Fed, ela segue sob controle. Ao mesmo tempo, os pedidos semanais de auxílio-desemprego dispararam para o nível mais alto em quase quatro anos, reforçando as apostas em um corte de juros na próxima semana para conter a desaceleração do mercado de trabalho.
Esse quadro misto cria um desafio complexo para o Federal Reserve, que precisa equilibrar os riscos de afrouxar a política monetária rápido demais ou devagar demais. Por um lado, a persistência da inflação exige cautela e manutenção das taxas elevadas, para evitar uma nova aceleração nos preços. Por outro, sinais de enfraquecimento econômico e aumento do desemprego indicam a necessidade de estímulos para evitar uma recessão.
Nesse contexto, o Fed deve agir de forma gradual, monitorando atentamente os dados e ajustando a política conforme a evolução da economia. Espera-se um corte de 0,25% na próxima reunião, com a possibilidade de novos ajustes dependendo do comportamento da inflação e do emprego.
O cenário motivou uma forte movimentação de compra nas bolsas, impulsionou os títulos do Tesouro — com os rendimentos de 10 anos ultrapassando brevemente 4% — e fez com que os principais índices acionários dos EUA renovassem máximas históricas. O ouro também se aproximou de seu pico histórico, enquanto as ações do setor de energia caíram acompanhando o petróleo.
Diante disso, as expectativas de cortes de juros se fortaleceram em Wall Street.
"Está claro que a inflação está relativamente controlada, o que dá ao Fed flexibilidade para se concentrar mais em conter a fraqueza persistente no mercado de trabalho", afirmou a Regan Capital. "Esperamos que o Fed corte 25 pontos-base na próxima semana e realize mais dois cortes de 25 pontos-base ainda este ano."
O Morgan Stanley Wealth Management afirmou que, embora a inflação seja um fator relevante, o mercado de trabalho continua sendo o principal foco. Segundo a instituição, o CPI divulgado naquele dia poderia até compensar o índice de preços ao produtor divulgado anteriormente, mas não foi suficiente para desviar a atenção do Fed do enfraquecimento do emprego, o que se traduziria em um corte na taxa já na semana seguinte, com a possibilidade de novos cortes posteriormente.
No cenário técnico do S&P 500, a tarefa principal dos compradores será superar o nível de resistência mais próximo, em US$ 6.590. Isso sustentará novas altas e abrirá caminho para a região de US$ 6.603. Manter o controle acima de US$ 6.616 também será importante, fortalecendo ainda mais as posições compradas. Em caso de recuo e menor apetite por risco, os compradores precisarão se posicionar próximos de US$ 6.577. Um rompimento abaixo desse patamar empurraria rapidamente o índice para US$ 6.563 e abriria caminho para US$ 6.552.
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