Hora após hora, a situação fica mais complexa. Antes, Donald Trump elevava tarifas; agora, o atual presidente dos EUA as está reduzindo. Na tentativa de desacelerar a inflação, a Casa Branca planeja diminuir as tarifas de importação sobre produtos alimentícios de vários países da América Latina. Como o dólar deveria reagir a isso? Se a moeda americana vem caindo desde o Dia da Independência, por que o Índice do USD não subiria agora? É mais um enigma para os investidores, que já têm motivos de sobra para preocupação no mercado Forex à medida que o outono se aproxima do fim.
A grande questão é: por que o dólar está se enfraquecendo justamente quando as chances de um corte na taxa dos fundos federais em dezembro estão diminuindo? Normalmente, ocorreria o contrário. Sinais derivados desse tipo costumam desencadear vendas no EUR/USD — mas não desta vez. Por quê?
Parece que o mercado está confiando mais no que ouve do que no que vê. Dados alternativos apontam para um arrefecimento no emprego e uma aceleração da inflação, mas, ainda assim, os investidores preferem aguardar as estatísticas oficiais.
Dinâmica da inflação nos EUA
A retórica hawkish da Reserva Federal mantém aberta a possibilidade de uma redução nos custos de empréstimos no final de 2025. Os derivativos agora atribuem uma chance de 50% a esse cenário, bem abaixo dos 72% registrados apenas uma semana atrás. Probabilidades menores costumam pressionar os índices acionários. Em teoria, uma queda no S&P 500 deveria fortalecer o dólar americano. Na prática, isso não ocorreu.
O dólar está se comportando como um ativo de risco, caindo junto com o mercado acionário dos EUA. O Índice do USD permanece sob pressão diante dos rumores de que o Federal Reserve pode, em breve, retomar seu programa de compra de ativos. As taxas no mercado de crédito subiram devido à escassez de liquidez, e isso desagradou o banco central. Uma mudança em direção à expansão do balanço patrimonial seria, portanto, um fator de alta para o EUR/USD.
Dinâmica das taxas do Fed vs. taxas do mercado de crédito

De acordo com uma pesquisa da ING, 40% dos investidores acreditam que o euro deverá negociar na faixa de US$ 1,20–1,25 durante a maior parte de 2026. Outros 36% esperam um valor entre US$ 1,15–1,20. Apenas 2% preveem que a moeda comum ultrapassará US$ 1,25, enquanto 4% acreditam em uma queda abaixo de US$ 1,10. A própria ING projeta o EUR/USD em 1,22, apoiado pelo estímulo fiscal e pelo crescimento acelerado do PIB da zona do euro.
A Validus Risk Management argumenta que o dólar americano permanece sobrevalorizado, mesmo após a queda de 10% registrada na primeira metade do ano. Segundo a empresa, Donald Trump provavelmente retomará a pressão sobre a Reserva Federal para promover cortes agressivos nas taxas de juros. A erosão da confiança no dólar, alimentada pelos ataques do presidente ao banco central, pode fortalecer ainda mais o argumento de alta para o EUR/USD.

Em contraste, o Bank of America espera que o Índice USD suba a partir dos níveis atuais, observando que o dólar se tornou mais sensível às taxas de juros e que os mercados superestimaram a magnitude da expansão monetária do Fed.
Do ponto de vista técnico, o gráfico diário do EUR/USD mostra um retorno ao valor justo em 1,1625. Formou-se uma barra interna, permitindo posições longas em um rompimento acima de $1,1650 e posições curtas em um movimento abaixo de $1,1605.
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