Para o GBP/USD, o padrão de ondas continua indicando a formação de um segmento de tendência de alta (ver gráfico inferior). Contudo, nas últimas semanas, esse movimento assumiu uma forma mais complexa e estendida (ver gráfico superior). O segmento iniciado em 1º de julho pode ser interpretado como a onda 4 — ou como uma grande onda corretiva — já que apresenta estrutura interna claramente corretiva, e não impulsiva. O mesmo vale para suas subondas internas. Por isso, apesar da queda prolongada da libra, considero que a tendência de alta ainda não foi invalidada.
A estrutura de ondas de baixa iniciada em 17 de setembro tomou a forma clássica de cinco ondas (a-b-c-d-e) e pode estar concluída. Se essa leitura estiver correta, o par estaria agora no início da formação de uma nova sequência de ondas de alta.
Naturalmente, qualquer estrutura pode se estender ou se tornar mais complexa a qualquer momento. Inclusive, a própria onda 4 — que vem se formando há quase cinco meses — pode ainda evoluir para um padrão de cinco ondas, prolongando a correção por mais alguns meses. Ainda assim, no momento, há sinais de que uma nova sequência de ondas de alta pode estar começando. Se isso se confirmar, já teríamos visto a primeira onda, e a segunda onda pode estar se completando nos níveis atuais.
Na sexta-feira, o GBP/USD avançou apenas 10 pontos. Em minha análise do EUR/USD, mencionei que movimentos de 20–30 pontos são praticamente "ruído"; portanto, 10 pontos mal chegam a ser um movimento relevante. Ao longo do dia, a direção do mercado mudou várias vezes, mas nem compradores nem vendedores conseguiram manter o controle por mais de 2–3 horas. Isso é curioso, considerando que três relatórios importantes foram divulgados no Reino Unido — e praticamente todos apontavam mais para venda da libra do que para compra. A pressão vendedora até começou quando veio à tona que as vendas no varejo caíram 1,1% em outubro (versus expectativa de 0%), mas o movimento durou pouco.
No momento, o mercado se encontra em um estado de confusão generalizada em todos os timeframes. Os dados dos EUA divulgados ontem continuam contraditórios, indicando simultaneamente melhora e deterioração no mercado de trabalho. Os traders não conseguiram interpretar o impacto para o dólar, e hoje a incerteza aumentou ainda mais, pois os índices de atividade do Reino Unido também apontaram, ao mesmo tempo, para melhora e piora.
Chamou atenção, porém, o movimento nos futuros de juros: de acordo com a ferramenta CME FedWatch, após os relatórios de emprego de ontem, o mercado agora atribui 73% de probabilidade a um corte de juros em dezembro. Em outras palavras, o sentimento dovish voltou a crescer — mas com base em quê? Se os dados sugerem recuperação do mercado de trabalho em setembro e outubro, e os números de novembro ainda não foram divulgados, qual seria a justificativa para um terceiro corte consecutivo em meio a sinais de inflação crescente?
E mais: se o mercado aumenta as apostas em corte de juros, por que o dólar não está caindo, como o padrão de ondas sugere?

A estrutura de ondas do GBP/USD se transformou. Ainda lidamos com um segmento de tendência de alta impulsivo, mas sua estrutura interna de ondas tornou-se complexa. A onda 4 assumiu uma forma de três ondas, tornando-se bastante estendida. A estrutura corretiva de baixa a-b-c-d-e dentro da onda c de 4 parece estar concluída. Se esse for realmente o caso, espero que o segmento principal de tendência seja retomado, com alvos iniciais próximos aos níveis de 1,38 e 1,40. No curto prazo, pode-se esperar a formação da onda 3 ou c, com alvos próximos de 1,3280 e 1,3360.
O padrão de ondas de grau superior parece quase perfeito, embora a onda 4 tenha ultrapassado o topo da onda 1. Mas deixo aqui um lembrete: padrões de ondas perfeitos existem apenas nos livros. Na prática, tudo é muito mais complexo. Neste momento, não vejo motivo para considerar cenários alternativos ao segmento de tendência de alta.
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